Festa de Santo Antonio de Oriximiná, Mensagem do padre Sunil, svd
Estimados irmãos/os em Cristo, devotos de Santo Antônio, é uma grande alegria em poder contar com sua presença sempre, mas especialmente esse tempo de festividade do padroeiro da nossa paróquia e da cidade, Santo Antônio.
Irmãs/os que vêm pela primeira
vez, e os que vêm todos os anos, os que se preparam dias ou meses e os que
planejam de repente, os devotos que vêm pagar a promessa pela graça alcançada e
os que vêm pedir graças, os que vem de longe e os que vem de perto, os que
chegam para ver a beleza do rio trombetas ilumino com as barquinhas, e para ver
foguetes iluminando o céu, e os que vêm ver N/M decorados, e os que vem ver a
balsa decorada, trazendo a imagem do Santo Antônio, os devotos acolhendo,
cantando e saudando com “viva Santo Antônio”, e os devotos que vem agradecer a
Deus por todas as graças e estarem aqui mais uma vez, nossa calorosa saudação e
cordial boas vindas. É momento único para nossa cidade quando milhares de
devotos reúnem para festejar, para confraternizar, e para agradecer a Deus por
ter nos dado Santo Antônio como padroeiro da nossa igreja. É um momento
propício também para refletir e meditar sobre essa grande dádiva que Deus nos
deu, o dom da vida. Para isso, esse ano, temos o tema “Santo Antônio, defensor
da vida e da dignidade humana”, para ajudar-nos na nossa oração e reflexão.
A CF desse
ano nos faz refletir sobre tráfico humano, que em suas diversas formas, atinge
a vida e a dignidade humana. No mundo atual, onde a cultura da morte é
dominante, que multiplica as ameaças à vida. Os noticiários diariamente nos
mostram o fim triste desse tipo de ação, que muitas vezes na sua totalidade
escondem o mais cruel e trágico na vida dos tantos jovens, crianças e
adolescente que buscam uma vida mais digna e justa. Num tempo em que a vida
humana é muito relativizada, apesar de ser considerada inviolável na Carta dos
Direitos Humanos, “toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança,”
Art III, a Igreja sempre aparece como defensora acérrima do direito à vida,
“desde a concepção até à morte natural”, Encíclica Evangelium vitae. A vida é um dom de Deus que deve ser respeitada
por todos em todas as formas e promovida em todos os aspectos que a integram. “Só eu é que dou a vida, e dou a morte.” Dt 32, 39. Ninguém deve
destruir esta vida, qualquer que seja a razão ou em qualquer das etapas do seu
desenvolvimento.
As primeiras referências acerca da dignidade na
historia da humanidade se encontram na Bíblia sagrada ao mencionar que o homem
foi criado a imagem e semelhança de Deus, Gn,1,26,27, ligando a figura do homem
a uma divindade suprema, dotada de reverência e valor. Mas a vida de quantas
mulheres, crianças jovens e adolescentes, é envolvida no tráfico humano que
perdem sua dignidade e liberdade? Qual é missão da igreja perante esta
realidade? É preciso conversar, é preciso educar, é preciso converter para a
cultura da vida, da dignidade e da paz.
Quando se
fala da dignidade e liberdade no mundo super-informática, onde se cria uma gama
de informações sobre tudo e todos. É para nós refletir, será que a beleza do
corpo e a riqueza material são suficientes para ter uma vida com dignidade? O
que realmente nós entendemos com a dignidade humana? Para muitos, o único fim
que conta é, a busca do bem material. A “qualidade da vida” é interpretada
prevalente e exclusivamente, a riqueza material, consumo desenfreado, beleza e
prazer da vida física. É preciso
mudar esta mentalidade, e abrir para as dimensões mais profundas da existência;
interpessoais, espirituais e religiosas. Somos muito mais do que meramente
corpo e matéria. “Vós sois o povo adquirido por Deus, para proclamar as Suas
obras maravilhosas.”(1PD 2,9). É um desafio muito grande, mas nós, devemos
habituar-nos a contar as maravilhas do Senhor. “O que vimos e ouvimos, nós o
anunciamos.” (JO 1,3) E não anunciar e ver somente o que a mídia nos mostra e
anuncia. “Eu vos louvo, porque me fizeste como um prodígio” (SL 139-138);
“Comportai-vos como filhos da luz” (EF 5,8); assim, é preciso anunciar o
Evangelho da Vida para que haja uma autêntica cultura da vida. A Igreja, com
todos os cristãos, bispos, sacerdotes, religiosos e leigos, com todo povo da
boa vontade, tem de anunciar a vida que recebeu de Jesus Cristo promover as
maravilhas que Deus criou.
Santo
Antônio nosso padroeiro, grande pregador do Evangelho, que anunciou o amor de
Deus fervorosamente, sendo solidário com os pobres e necessitados, defendendo a
igreja contra os hereges, seja nosso modelo e nos dê coragem para defender a
vida e dignidade humana.
Boas festas
e ótima confraternização