Dom Edvaldo: Voto é dever pessoal e responsável
Voto é dever pessoal e responsável
Aproximam-se as eleições políticas de nossa pátria.
Cada brasileiro é convidado a exercer o direito do voto. Voto é direito e
dever. Dever de todos. Todos, de qualquer idade e condição. Conheço gente de 87
anos de idade, que irá exercer dignamente seu direito-dever de votar.
Nas cartilhas que fizemos em nossas duas dioceses
(Parnaíba e Maceió) sempre repetimos: Voto é dever pessoal e responsável. Voto
não se vende. Voto não se compra. Voto não angaria proteção. Voto não paga
favores.
As pesquisas de opinião, agora quase diárias e
largamente difundidas pelos poderosos meios de comunicação, antecipam o
resultado das eleições e influenciam enormemente na escolha de muitos
eleitores. São aqueles que usam expressão totalmente equivocada: “Eu não vou
perder meu voto.” E assim votam naquele que as pesquisas apontam como vencedor
e nunca naquele que eles consideram melhor, mas que as pesquisas indicam que
não vencerá. É uma grosseira confusão com a corrida de cavalos, na qual, se
vota no que parece que será o vencedor, para depois participar do prêmio.
O que poucos conhecem é o sistema vigente no Brasil
das eleições para a Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas e Câmara dos
Vereadores. É a chamada eleição proporcional. É um sistema de eleição, no
qual o número total de votos, obtido por todos os partidos e coligações é
dividido pelo número de cadeiras da Câmara Federal, da Assembleia ou da Câmara
dos vereadores, obtendo-se assim o chamado quociente eleitoral. Cada partido
(ou coligação) terá direito a tantas vagas, quantas vezes repetir o quociente
eleitoral. Os candidatos mais votados desse partido ocuparão as vagas,
conquistadas por seu partido, na ordem da votação por eles obtida. Assim pode
acontecer, como ocorreu no Recife nas últimas eleições municipais, que por
força desse sistema, um candidato não se elegeu, embora tivesse mais votos
que outros quatro, que se elegeram, porque o partido deles dispunha
de mais cadeiras. Portanto, em última análise, o eleitor vota primariamente no
partido e, só secundariamente, no candidato de sua escolha. Foi esse processo
que permitiu aberrações, como o caso do doutor Enéas, há anos atrás, e mais
recentemente o fenômeno Tiririca, com tantos eleitos não por seus próprios
votos, mas pelos votos dados ao palhaço-deputado.
O Pró-Vida de Anápolis aconselha aos eleitores o que
ele chama de método PPP, isto é, considerar o Partido do candidato, seu
Passado político e suas Promessas efetivas...
Concluo, repetindo que o voto é um dever e cabe à
consciência de cada um exercê-lo livre e conscientemente.
Dom Edvaldo
G. Amaral S.D.B.
Arcebispo emérito de Maceiófonte: cnbb nordeste 2