Os documentos do Papa Francisco
Os
documentos do Papa Francisco
Todos sabem que uma das tarefas dos Papas
é de confirmar os fieis na fé, isto é: ao Papa pertence o “múnus
magisterii”, “a missão de ensinar”. É por isso que os Papas escrevem
Cartas encíclicas e outros documentos.
Papa Francisco neste ano e meio do seu pontificado
escreveu só dois documentos.
O primeiro
é a encíclica Lumen fidei (A luz da fé), 29 de junho de 2013, a conclusão do
Ano da Fé. Na verdade este documento foi preparado antes por Bento XVI. Mas
depois da sua renúncia achou melhor não publicá-lo e o entregou ao seu
sucessor. Papa Francisco recebeu este escrito e o publicou fazendo algumas
mudanças e acrescentando algumas paginas, como ele mesmo diz no n. 7:
“Estas considerações sobre a fé — em continuidade com tudo o que o magistério
da Igreja pronunciou acerca desta virtude teologal pretendem juntar-se a tudo
aquilo que Bento XVI escreveu nas cartas encíclicas sobre a caridade e a
esperança. Ele já tinha quase concluído um primeiro esboço desta carta
encíclica sobre a fé. Estou-lhe profundamente agradecido e, na fraternidade de
Cristo, assumo o seu precioso trabalho, limitando-me a acrescentar ao texto
alguma nova contribuição”.
Por isso podemos concluir que quase todo o texto
apresenta o pensamento teológico de Bento XVI. Mas uma vez que o Papa Francisco
o assinou, faz parte do seu magistério.
O segundo
documento é a Exortação Apostólica “Evangelii Gaudium” (A alegria do
Evangelho), 24 de novembro de 2013.
Estas palavras ‘Exortação Apostólica’ muitas
vezes indicam um documento feito e assinado pelo Papa na conclusão dum Sínodo
dos Bispos. Bento XVI convocou um Sínodo no ano 2012. Mas por causa da sua
renúncia, não teve tempo de escrever o documento conclusivo. Este foi escrito
pelo Papa Francisco. Nesta Exortação ele faz referência a este Sínodo: “À
escuta do Espírito, que nos ajuda a reconhecer comunitariamente os sinais dos
tempos, celebrou-se de 7 a 28 de Outubro de 2012 a XIII Assembléia Geral
Ordinária do Sínodo dos Bispos, sobre o tema A nova evangelização para
a transmissão da fé cristã” . Mas depois acrescenta: “Com prazer, aceitei o
convite dos Padres sinodais para redigir esta Exortação. Para o efeito, recolho
a riqueza dos trabalhos do Sínodo; consultei também várias pessoas e pretendo,
além disso, exprimir as preocupações que me movem neste momento concreto da
obra evangelizadora da Igreja”. Mas logo depois exprime o desejo de não estar
ligado às sugestões dos bispos: “Aqui escolhi propor algumas diretrizes que
possam encorajar e orientar, em toda a Igreja, uma nova etapa evangelizadora,
cheia de ardor e dinamismo”.
Já o estilo do documento exprime a personalidade do
Papa Francisco. É um documento muito comprido: 288 parágrafos. O tema não
é único, mas são apresentados vários argumentos: a transformação
missionária da Igreja, o compromisso comunitário, o anuncio evangélico, a
dimensão social da evangelização, evangelizar com espírito.
Uma pessoa que é acostumada a ler os discursos deste
Papa, pode logo verificar como este documento é totalmente escrito por
ele, refere a sua doutrina e o seu estilo literário.
Logo depois da sua eleição expressou o desejo de
convocar um sínodo extraordinário sobre a família. O Papa expressou o
desejo de conhecer a situação atual, real, sobre a família hoje no mundo e
sobre as suas dificuldades. A Secretaria do Sínodo no mesmo ano 2013 escreveu
um “Documento de preparação - Os desafios pastorais sobre a família
no contexto da evangelização”, que enviou a todos os Bispos. O texto, depois
duma parte descritiva, apresenta um questionário com 39 perguntas. Este
documento foi sugerido pelo Papa mas não foi escrito por ele.
A Secretaria analisou e sistematizou todas
as respostas recebidas. Este trabalho serviu para escrever o outro
documento: “Instrumentum Laboris - Instrumento de trabalho”. Este
texto, escrito neste ano 2014 pela Secretaria e longo 44
paginas, é o texto base que deve ser discutido durante o Sínodo de
outubro.
Para concluir: quatro são os documentos mais
importantes escritos durante o pontificado do Papa Francisco: os
primeiros dois foram escritos por ele. Os outros dois pela
Secretaria do Sínodo dos Bispos.
fonte: zenit
fonte: zenit