A Consciência Moral do Ser humano



A Consciência Moral do Ser humano
“No fundo da própria consciência, o homem descobre uma lei que não se impõe a si mesmo, mas a qual deve obedecer; essa voz, que sempre o está a chamar ao amor do bem e fuga do mal, soa no momento oportuno, na intimidade do seu coração: faze isso, evita aquilo.

O homem tem no coração uma lei escrita pelo próprio Deus; a sua dignidade esta em obedecer-lhe, e por ela é que será julgado ( Rm 2,14-16).
A consciência é o centro mais secreto e o santuário do homem, no qual se encontra a sós com Deus, cuja voz se faz ouvir na intimidade do seu ser. Graças à consciência, revela-se de modo admirável aquela lei que se realiza no amor de Deus e do próximo.
Pela fidelidade à voz da consciência, os cristãos estão unidos aos demais homens, no dever de buscar a verdade e nela resolver tantos problemas morais que surgem na vida individual e social.
Quanto mais, portanto, prevalecer a reta consciência, tanto mais as pessoas e os grupos estarão longe da arbitrariedade cega e procurarão conformar-se com as normas objetivas da moralidade.
Não raro, porém, acontece que a consciência erra, por ignorância invencível, sem por isso perder a própria dignidade.
Outro tanto não se pode dizer quando o homem se descuida de procurar a verdade e o bem e quando a consciência se vai progressivamente cegando, com o hábito do pecado (GS 16)”.

Está presente em toda pessoa humana a consciência moral como atesta o apóstolo Paulo: “Quando, então, os gentios, não tendo lei fazem naturalmente o que é prescrito na Lei, eles, não tendo lei, para si mesmo são lei; eles mostram a obra de lei gravada em seus corações, dando disso testemunho e seus pensamentos que alternadamente se acusam ou defendem...no dia em que Deus, segundo o seu evangelho, julgará por Cristo, as ações ocultas dos homens” (Rm 4, 14-16).

A consciência moral da pessoa humana é o julgamento da própria razão a cerca de algo que irá fazer, esta fazendo ou já fez. Podemos citar como exemplo a passagem de Jo 8, 1-11: a mulher foi pega em adultério e segundo a lei de Moisés ela deveria ser apedrejada. A população (masculina) a coloca diante de Jesus a quem pedem uma decisão. Jesus, então, apela para a consciência dos que a condenavam: “Quem dentre vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar a pedra.” O apelo ao uso da consciência leva um a um sair sem a condenação da mulher.

Para o bom uso da consciência moral se faz necessário a “interioridade”, para conhecer-se a si mesmo e assim, haver uma “reta consciência” Dessa forma, a consciência permite assumir a responsabilidade dos atos praticados. A pessoa humana tem todo o direito de agir com consciência e liberdade a fim de tomar suas próprias decisões e arcar com as consequências delas, ou seja, assumir suas responsabilidades.

Para tal a consciência deve ser educada para um bom juízo moral. “a educação da consciência é indispensável aos seres humanos submetidos a influências negativas e tentados pelo pecado a preferirem o próprio juízo e a recusar os ensinamentos autorizados” (Catecismo 1783).

Quanto tempo leva para educar a consciência? é uma tarefa para TODA A VIDA. Desde criança até a morte. É um busca constante. “Uma educação prudente ensina a virtude, preserva ou cura do medo, do egoísmo e do orgulho, dos sentimentos de culpabilidade e dos movimentos de complacência, nascidos da fraqueza e das faltas humanas. A educação da consciência garante a liberdade e gera a paz do coração” (Catecismo 1784).

Neste processo formativo a luz que pode guiar é A PALAVRA DE DEUS. A Palavra de Deus é a melhor orientação que poderemos receber para formar a consciência. Pois na dúvida, ou mesmo na falta de orientação, Ela (bem compreendida e interpretada) nos garante o caminho certo a seguir, a decisão acertada a ser tomada, sempre livremente, pois ela nunca impõe, mas é sempre uma proposta. Como é o caso dos jovens que estão na Fazenda da Esperança que à luz da Palavra de Deus, buscam diariamente, tornarem-se pessoas novas, ou seja, de valores novos, decisões novas e consequentemente um comportamento novo.

No caso de não haver uma consciência efetivamente formada existe algumas regras básicas para o seu bom uso e não ocorrer em erro (Catecismo 1789):

  • Nunca é permitido praticar o mal para que resulte dele um bem;
  • A regra de ouro: “Tudo aquilo que quereis que os outros vos façam, fazei-o vós a eles.” (Mt 7,12);
  • A caridade respeita sempre o próximo e sua consciência: “pecando contra os vossos irmãos e ferindo a sua consciência... pecais contra Cristo” (1Cor 8,12). “É bom se abster de tudo que seja causa de tropeço, de queda ou enfraquecimento para teu irmão” (Rm 14,21).

Quando a pessoa humana busca sempre realizar o Bem, pouco a pouco a consciência vai sendo formada. Mas quando se busca apenas satisfazer apenas às próprias paixões sem levar em consideração o bem e a liberdade do próximo a consciência pode ser confundida com o hábito do pecado.

O hábito do pecado causado pela má formação da consciência leva a erros não imputáveis, mas isso não quer dizer que o ato praticado não seja um mal em si, precisando, assim, da correção fraterna.