Vencer a cultura da morte com o “Evangelho da Vida”
Vencer a cultura da morte com o “Evangelho da Vida”
O saudoso Papa João Paulo II deixou-nos, em 1995, a
Carta Encíclica “Evangelium Vitae” (Evangelho da Vida) em que nos
ensina, cheio da sua sabedoria, que: “o ser humano deve ser respeitado e
tratado como uma pessoa desde a sua concepção e, por isso, desde esse momento
devem-lhe ser reconhecidos direitos da pessoa, entre os quais e primeiro de
todos, o direito inviolável de cada ser inocente à Vida” (Evangelium Vitae,
nº 60); e a vencer a cultura da morte. Naquela encíclica são-nos abordadas e
respondidas algumas questões:
Que tipo de crime é o aborto?
“Dentre todos os crimes que o homem pode cometer
contra a vida, o aborto provocado apresenta características que o tornam
particularmente perverso e abominável” (Evangelium Vitae, nº 58).
Numa campanha de opinião pública sobre o aborto, qual
é a posição mais humana?
“No caso de uma lei intrinsecamente injusta, como
aquela que admite o aborto ou a eutanásia, nunca é lícito conformar-se com ela,
nem participar numa campanha de opinião a favor de uma lei de tal natureza, nem
dar-lhe a aprovação com o seu voto” (Evangelium Vitae, nº 73).
Quem diz sim ao aborto, que tipo de decisão está a
tomar?
“Quando uma maioria parlamentar ou social decreta a
legitimidade da eliminação, mesmo sob certas condições, da vida humana ainda
não nascida, assume uma decisão tirânica contra o ser humano mais débil e
indefeso” (Evangelium Vitae, nº 70).
É verdade que somos donos da nossa barriga e da
própria vida!
“Matar um ser humano, no qual está presente a imagem
de Deus, é pecado de particular gravidade. Só Deus é dono da Vida!” (Evangelium
Vitae, nº 55).
Será que a liberalização do aborto é uma questão de
consciência?
“A tolerância legal do aborto ou da eutanásia não
pode, de modo algum, fazer apelo ao respeito pela consciência dos outros,
precisamente porque a sociedade tem o direito e o dever de se defender contra
os abusos que se possam verificar em nome da consciência e com o pretexto da
liberdade“ (Evangelium Vitae, nº 71).
Aprovar o aborto é sinal de liberdade?
“Reinvindicar o direito ao aborto e reconhecê-lo legalmente,
equivale a atribuir à liberdade humana um significado perverso e iníquo: o
significado de um poder absoluto sobre os outros e contra os outros. Mas isto é
a morte da verdadeira liberdade: «Em verdade, em verdade vos digo: todo aquele
que comete o pecado é escravo do pecado» (Jo 8,34)” (Evangelium Vitae,
nº 20).
“Quando a lei, votada segundo as chamadas regras
democráticas, permite o aborto, o ideal democrático, que só é tal
verdadeiramente quando reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana,
é atraiçoado nas suas próprias bases: Como é possível falar ainda de dignidade
de toda a pessoa humana, quando se permite matar a mais débil e a mais
inocente? Em nome de qual justiça se realiza a mais injusta das discriminações
entre as pessoas, declarando algumas dignas de ser defendidas, enquanto a
outras esta dignidade é negada? Deste modo e para descrédito das suas regras, a
democracia caminha pela estrada de um substancial totalitarismo. O Estado deixa
de ser a «casa comum», onde todos podem viver segundo princípios de substancial
igualdade, e transforma-se num Estado tirano, que presume poder dispor da vida
dos mais débeis e indefesos, como a criança ainda não nascida, em nome de uma
utilidade pública que, na realidade, não é senão o interesse de alguns” (Evangelium
Vitae, nº 20).
Relembramos ainda que o Papa João Paulo II concedeu
também uma bênção apostólica especial aos católicos que rezem, todos os dias ou
tão frequentemente quanto lhes for possível devido às circunstâncias da sua
vida, o Terço da Misericórdia “pela vida”. Concretamente foi em Março de 2003
que o Santo Padre concedeu uma “superabundância de graças divinas” a quem reze
o referido Terço com as seguintes intenções: “Para afastar o castigo divino;
pelas mães, para que não abortem a sua descendência; pelas crianças em perigo
de serem mortas no ventrevmaterno; por uma mudança de coração dos executores
dos abortos e dos seus colaboradores; pelas vítimas humanas da pesquisa das
células do tronco; manipulação genética; clonagem e eutanásia; e por todos os
governantes dos povos, para que promovam a cultura da vida para exterminar a
cultura da morte”.
João Paulo alertou-nos ainda: “A rejeição da Vida do
homem, nas suas diversas formas, é realmente uma rejeição de Cristo” (João
Paulo II, Evangelium Vitae, nº 104); “Encontramo-nos perante um
confronto rude e dramático entre o mal e o bem, entre a morte e a vida, entre a
“cultura de morte” e a “cultura de vida”. Não nos encontramos somente “perante”,
mas inevitavelmente “no meio” deste conflito: estamos todos activamente
implicados, e não podemos iludir a nossa responsabilidade de fazer uma escolha
incondicional em favor da Vida” (Evangelium Vitae, nº 28). E em 13 de
Maio de 1982 fez a seguinte consagração a Nossa Senhora de Fátima: “Oh, Coração
Imaculado! Ajudai-nos a vencer a ameaça do mal que tão facilmente se enraíza
nos corações dos homens de hoje e que, nos seus efeitos incomensuráveis, pesa
já sobre a nossa época e parece fechar os caminhos do futuro! Dos pecados
contra a vida do homem desde os seus primeiros instantes, livrai-nos!”.
Obrigado João Paulo II. Intercede por nós.
Aborto,
simplesmente Não.
João Silva Dias
santidade