Voto Consciente: Votar em Candidatos “Ficha Limpa”
As
eleições estão chegando e eu quero publicar um ‘alerta’ da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para os
eleitores: votar em candidatos “Ficha Limpa”, para melhor contribuir para uma
sociedade justa, solidária e fraterna.
É, na verdade, esse momento uma
oportunidade para firmar a democracia entre nós. A Igreja, através da CNBB, a
convite do TSE, também faz a sua campanha “Voto Consciente”. É uma iniciativa
para orientar os seus fiéis e todos os brasileiros e brasileiras a votarem
firmados na ética e na cidadania à luz do evangelho. A Igreja, dizem os nossos
bispos, participa na vida política do país devido a sua ‘consciência evangélica
de sua missão’.
Diz
o documento dos bispos: “O papa Bento XVI lembra que a Igreja não pode nem deve
tomar nas suas próprias mãos a batalha política para realizar a sociedade mais
justa possível. Não pode nem deve colocar-se no lugar do Estado. Mas também não
pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça”. A CNBB, preocupada com a
vida do povo e de uma política que não contribui para o avanço da democracia,
acrescenta: “Assistimos, infelizmente, a um forte desencanto da população em
relação à política. Contribuem para isso, mais que as inúmeras denúncias de
corrupção e desvio de conduta, a impunidade e a complacência com os culpados. É
oportuno, portanto, recordar que a recuperação da política passa pela
moralização dos políticos como verdadeiros 'homens de Estado' e não
'negociantes do poder', enredados em jogadas pessoais. Isso exige romper os
laços entre política e negócios privados. Estamos convencidos de que um dos
caminhos para se alcançar este propósito é uma reforma política ampla e
consistente que estanque os caminhos da corrupção e amplie os canais de
participação popular nas decisões do Estado”. Nesse sentido, os pastores da
nossa Igreja insistem na importância de lançar a campanha do voto consciente
para contribuir com a recuperação de uma política correta: “A campanha que
lançamos quer contribuir exatamente para a recuperação da política como a
construção do bem comum, recolocando-a no patamar do qual jamais deveria ter
saído. Evidentemente, a Lei da Ficha Limpa sozinha não é suficiente para
alcançar esta meta. A ela devem se somar outras leis e iniciativas que façam
desta meta uma obstinação de todos que prezam pela ética e pela justiça no
trato das coisas públicas”.
Os
senhores bispos reconhecem e aplaudem as iniciativas legais que tentam
purificar a ação legislativa e administrativa do Estado: “A Lei 9.840, que
combate a compra de votos e o uso da máquina administrativa, fruto também de
iniciativa popular, merece toda nossa atenção. Ela é responsável pelo
afastamento de inúmeros políticos cujos comportamentos feriram a ética. A
recente Lei de Acesso à informação se revelou um eficaz instrumento também para
a transparência no financiamento das campanhas eleitorais. Inspirado nela, o
TSE tomou a inédita decisão de exigir dos candidatos a prestação de contas dos
recursos de campanha ainda durante o processo eleitoral, como já haviam feito
alguns juízes eleitorais em determinados estados do país. São iniciativas
cidadãs dessa natureza que ajudarão a tornar as eleições limpas e a recuperar a
política que, do ponto de vista da ética, significa ‘o conjunto de ações pelas
quais os homens buscam uma forma de convivência entre os indivíduos, grupos,
nações que ofereça condições para a realização do bem comum’".
A
CNBB é consciente que essa campanha “Voto Consciente” pode ajudar a fortalecer
a cidadania e a democracia no País. Somente essa participação poderá promover
um avanço democrático. A CNBB termina o texto agradecendo o TSE pelo honroso
convite em participar da campanha “Voto Limpo”. Com isso, diz o documento: “Com
este nosso trabalho, tornemos presente entre nós o Reino de Deus, que é justiça
e fraternidade.” O texto é assinado pelo Secretário Geral da CNBB - Dom
Leonardo Ulrich Steiner. E o TSE, através da ministra Cármen Lúcia Rocha,
agradeceu à CNBB, “que cumpre um papel histórico no Brasil no sentido de fazer
com que a cidadania seja respeitada”. E continuou a ministra: “Me sinto honrada
de, representando o TSE, estar junto com a CNBB nessa caminhada por um Brasil
em que cada um assuma a responsabilidade com a sua história e, principalmente,
com a história que é de todos”.
Padre
Claudio Pighin
fonte: diario do amapa
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