Campanha Minério Não Se Bebe!



Nesta semana, ocasião em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), pipocam por aí sofisticadas propagandas que tentam demonstrar o quanto as empresas e indústrias mais poluidoras cuidam dos recursos naturais. No entanto, cada vez menos pessoas tem comprado esse discurso vazio, tendo em vista o acirramento das crises ambientais, econômicas, sociais e políticas. Viemos a público com novo fôlego para chamar a atenção para uma mensagem fundamental: “Minério não se bebe”. A intenção é evidenciar a responsabilidade do setor mineral que, especialmente no quadrilátero ferrífero-aquífero, é quem destrói irreversivelmente o equilíbrio ambiental responsável por fornecer água para o abastecimento humano e para a biodiversidade.

Neste momento de grandes desafios e de investidas pesadas contra direitos adquiridos (dentre os quais citamos a reforma do Código Florestal, o fim da rotulação dos transgênicos, o Novo Marco Regulatório da Mineração e a PEC 215 que atenta contra os povos indígenas) é importante questionar o modelo de desenvolvimento “insustentável” – inclusive do ponto de vista econômico – para impedir que seja dada sequência nas tentativas de flexibilização da legislação e retrocessos nos direitos para facilitar a implementação de empreendimentos de mineração. Vale a pena repetir: é a atividade econômica que mais impacta a água. Em plena e gravíssima crise hídrica, quem está sendo convocado para mudança de hábitos é o cidadão comum.
Nenhum destaque e nenhuma normativa são dirigidos para os setores com demanda intensiva por água: o mineral e o agropecuário. É essencial que os povos se articulem e se fortaleçam para a defesa do bem comum. Propor soluções e novos caminhos é o que mais aquece o coração daqueles que lutam por justiça ambiental. No entanto, em muitos casos, a única alternativa que temos é a resistência. E, se é isso que precisa ser feito, é isso que nós faremos! Venha com a gente. Vamos juntos defender a vida.
Movimento pelas Águas e Serras de Minas